Enredo:
Jaguarê
é um índio araguaia, que para passar a ser um guerreiro deve enfrentar um
oponente muito forte. Ele vai para a floresta e encontra Araci, uma virgem da
tribo tocantim, e ela lhe fala que os guerreiros vão disputar o seu amor.
Depois que ela vai embora, Jaguarê encontra Pojucã, eles lutam e Jaguarê muda
seu nome para Ubirajara, que significa “o senhor das lanças”, e aprisiona
Pojucã. Ubirajara tinha escolhido Jandira (uma das virgens araguaias) para ser
sua esposa, mas, como havia se apaixonado por Araci, ele a deu como esposa para
Pojucã, e este estava triste, pois era alguém muito forte e preferia morrer a
ser reduzido a um prisioneiro, então, pede a Ubirajara o direito de suplício e
ele aceita. Jandira se recusa a dar seu amor a qualquer um que não seja
Ubirajara, e este vai para a tribo tocantim disputar o amor de Araci, mas
Jandira o persegue. Ubirajara chega na tribo tocantim e adota o nome de
Jurandir, que significa “aquele que veio trazido pela luz do céu”. Jandira
tenta matar Araci, mas Ubirajara chega e a salva, então Jandira vira escrava de
Araci. Chega o dia do combate nupcial. Araci queria que Ubirajara vencesse, ele
era seu preferido. O combate nupcial é a punica festa na qual é permitida a
presença de mulheres, pois se trata de sua glória. O combate consistia em
quatro provas: a primeira era uma luta, e Ubirajara venceu; a segunda consistia
em segurar o toro de madeira sem ser roubado pelos adversários, Ubirajara e
outros dois conseguiram, houve um desempate e Ubirajara venceu; a terceira só
foi aplicada a Ubirajara, que devia colocar a mão em um vaso cheio de saúvas, e
ele conseguiu; a quarta foi a prova da virgem, Araci devia provar que era mais
rápida do que ele, para que pudesse fugir se fosse necessário. A quarta prova
foi concluída, fazendo de Ubirajara o vencedor. Araci era filha de Itaquê (o
grande líder dos tocantins, pai de Pojucã). Ubirajara tem que se identificar, e
Itaquê soube do que ia acontecer com seu filho, mas não atacou Ubirajara, por
causa da lei da hospitalidade. É declarada a guerra entre as duas nações,
araguaia e tocantim. Ubirajara liberta Pojucã, para que ele lute ao lado de seu
povo. Aparecem os tapuias, rivais dos tocantins, e eles lutam prmeiro que os
araguaias. Itaquê decapita Canicrã (chefe dos tapuias), mas Pahã (filho de
Canicrã) cega Itaquê, com uma flecha, deixando os tocantins sem seu líder. Para
sucedê-lo deve ser dobrado o grande arco da nação tocantim, mas nem mesmo
Pojucã consegue, então pedem isso a Ubirajara, que consegue e une as flechas
dos dois arcos e as duas nações. Ubirajara acaba a história com Araci e
Jandira, que representam as duas nações. A união dessas nações formou uma nova
e enorme nação, a dos ubirajaras.
Personagens:
Jaguarê:
índio araguaia, filho de Jaçanã e Camacã, muda seu nome para Ubirajara. É a
personagem principal do livro.
Pojucã:
índio tocantim, filho de Itaquê e irmão de Araci. Luta com Ubirajara no começo
da história e põe fogo na taba do pajé dos tapuias, no fim do livro, antes da guerra.
Itaquê:
grande chefe da nação tocantim.
Camacã:
grande chefe da nação araguaia, pai de Ubirajara.
Araci:
índia tocantim, filha de Itaquê e esposa de Ubirajara.
Jandira:
índia araguaia, uma das esposas de Ubirajara.
Canicrã:
grande chefa da nação tapuia.
Pahã:
filho de Canicrã. É importante porque cega Itaquê na guerra.
Temas:
- Neste livro, José de
Alencar rebate a tese da promiscuidade sexual, já que há um rigor na questão da
virgindade, e Ubirajara termina com duas esposas, não por imoralidade, mas por
elas representarem as duas nações.
- Não ocorreu a traição
entre índios, pois Alencar defende que essa traição só aconteceu após a chegada
dos colonizadores.
- Hospitalidade
indígena: mesmo que Ubirajara tendo derrotado Pojucã e fosse matá-lo, Itaquê
não o atacou.
- Apesar de Alencar ter
exagerado na idealização do índio, ele conseguiu rebater versões injustas de
características dos nossos nativos.
- Honra do índio: é
mostrada na parte em que Pojucã prefere morrer a ser feito prisioneiro. Também
aparece quando é declarada uma guerra entre os araguaias e tocantins somente
pelo fato de Ubirajara ter derrotado e dado o direito de suplício a Pojucã.
Contexto
histórico:
A obra foi publicada no
século XVIII, em 1874, mas o autor retrata uma história que se passa no século
XV, antes de Cabral chegar ao Brasil. Alencar mostra a falsidade que o europeu
falava dos índios brasileiros, mostrando o verdadeiro caráter, costumes e
cultura do índio, que era um homem digno e cavalheiro medieval. Nos outros dois
livros conhecidos com essa temática de Alencar (Iracema e O Guarani), o autor
já mostra como o Brasil ficou depois do contato com os colonizadores.
Ubirajara é um livro
pertencente à primeira geração do Romantismo brasileiro, e tem como características
deste movimento literário o indianismo (com a idealização que o autor faz das
personagens principais) e o nacionalismo, quando Alencar destaca a natureza
brasileira, com sua exuberância.
Verossimilhança:
José de Alencar
procurou mostrar o Brasil no século XV, antes de 1500 (ano em que aconteceu o
descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral) mostrou as características dos
índios antes dos europeus chegarem aqui, e conseguiu mostrar a verdade sobre os
indígenas, apesar de haver uma grande idealização do índio.
Foco
narrativo:
A obra é narrada em
terceira pessoa. O narrador é um observador, mas não é onisciente e nem
onipresente já que não sabemos que Jandira está perseguindo Ubirajara e só
descobrimos que Itaquê é pai de Pojucã quando isto é revelado a Ubirajara.
Tempo:
O
tempo é cronológico (a narrativa vai progredindo de forma linear).
Espaço
da narrativa:
A natureza é o espaço
principal, além dela aparecem as tabas como cenário.
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