Resumo em tópicos
- À janela de uma grande casa de Botafogo, Rubião admirava um pedaço de água. Há uns anos era professor, agora, capitalista.
- Quincas Borba, o mesmo de Memorias póstumas de Brás Cubas, mendigo, herdeiro inopinado e inventor de uma filosofia. Era irmão de Maria da Piedade, uma viúva que enamorou Rubião.
- Quincas fez tudo para casá-los, ela resistiu e um pleuris a levou.
- Cedo perceberam em que ele tinha um grãozinho de sandice, que se alastrava devagar.
- Rubião achou um rival no coração de Quincas Borba- um cão bonito, médio, com o pêlo cor de chumbo, malhado de preto. Seu dono o dera o mesmo nome por dois motivos:
- “desde que Humanitas é o principio da vida e reside em toda a parte, existe também no cão, e este pode assim receber nome de gente, seja cristão ou mulçumano...”
- “se eu morrer antes, sobreviverei no nome de meu cachorro.”
- Ainda que doente, Quincas resolveu viajar para Rio de Janeiro, por um mês.
- Lá Quincas Borba falece e nomeia Rubião seu herdeiro universal.
- Rubião dá o cachorro para sua comadre, porém logo descobre que uma das clausulas é que ambos permaneçam juntos.
- Regulados os preliminares para a liquidação da herança, Rubião tratou de viajar logo ao Rio de Janeiro;
- Na estação de Vassouras, embarcaram Sofia e o marido Cristiano de Almeida e Palha, este tinha 32 anos, ela 27. Eles conhecem Rubiao e ele lhes conta que é herdeiro universal de seu amigo, Palha, tentando ser seu amigo, disse que não era para ele contar isso a todos.
- Quando chegaram à Corte, Palha ofereceu sua casa em Santa Teresa, e Rubiao disse que ia para a Hospedaria União. Logo se tornaram grandes amigos.
- Rubião ficou encantado com os olhos de Sofia, encantamento que só aumentou ao longo dos dias, até se tornar uma grande paixão.
- As trocas de olhares e supostas atenções dirigidas por Sofia à Rubião o tornava mais apaixonado e o fazia crer que era correspondido. Durante um almoço com dois amigos, Freitas um homem muito agradável, humilde e admirável e Carlos Maria, jovem, orgulhoso e esnobe, recebeu uma cestinha com morangos e um bilhete escrito por Sofia lhe convidando para um jantar. Tal mimo o animou mais ainda quanto à paixão que sentia.
- No horário marcado foi para Santa Teresa, localidade da casa de Palha. Haviam ali outros convidados apenas uma das senhoras era solteira, na verdade uma solteirona. D. Tonica, que obviamente encheu-se de interesse por Rubião, mas a troca de olhares entre ele e Sofia lhe desesperançou, afinal Sofia que já era casada possuía outros homens em vez de lhe deixar.
- Sofia convidou ambos para um passeio ao luar no jardim, mas apenas Rubião aceitou. E foi ali no jardim que se declarou para Sofia, a pobre não teve reação, até que foram interferidos pelo major Siqueira.
- Sofia conseguiu se recompor e iludir o homem acerca do que acontecera, no entanto Rubião se perdeu em embaraço. Assim a noite seguiu ao fim.
- A sós Sofia e Palha conversavam sobre o jantar e Palha ouviu os fatos do jardim, Sofia desejava um corte violento na amizade, mas Palha preferiu ignorar tal acontecimento. Afinal, os homens se maravilharem com Sofia não era novidade, era vaidade de Palha mostrar a bela mulher que tinha, por isso dava-lhe vestidos decotados que lhe deixavam o colo e os braços nus.
- A verdade era que Palha tinha negócios com Rubião, não só lhe devia dinheiro como também eram sócios em um comércio de importações.
- Chegou da “roça” uma prima de Sofia, Maria Benedita e sua mãe.
- Sofia insistia que era necessário que a prima aprendesse francês e a tocar piano, mas as saudades que sentiam do campo sempre lhes levavam embora.
- Porém, dessa vez Maria Benedita ficou e sempre que as saudades da mãe e do campo lhe viam ela e Sofia iam para lá.
- Em certo baile por quinze minutos Sofia e Carlos Maria valsaram e foi durante essa dança que ele se declarou. Essa declaração não foi revelada a Palha. E ainda despertou em Rubião uma grande onda de cíume e em Maria Benedia um desejo de voltar para o campo.
- Por esses tempos Sofia, a prima e mais algumas senhoras haviam formado a comisão de Alagoas, tal grupo fez D. Fernanda e Maria Benedita criarem laços de amizades. D. Fernanda era prima de Carlos Maria e pretendia casar-lhe com uma amiga do sul, mas sua amizade com Maria Benedita lhe mudou de idéia e assim o casamento entre os dois foi marcado.
- O ciúme de Rubião diminuiu suas idas à casa de Palha.
- Em uma tarde chegou um negro em sua casa e lhe entregou uma carta de Sofia, leu-a, quando o negro saía caiu uma carta que Rubião só veio ver depois que o moleque já tinha ido embora.
- Ela era de Sofia para Carlos Maria. Rubião ficou extremamente enciumado e foi nessas condições que alguns dias depois foi ter com Sofia, lhe entregou a carta acusando-a e saiu antes da senhora ter a chance de se explicar.
- A carta ainda estava fechada.
- Chegou então o aniversário de Sofia, Palha lhe ofereceu um baile, em certo momento Sofia ficou a sós com Rubião e esclareceu o conteúdo da carta, entre as lágrimas pela falsa acusação lhe disse que ele estava tremendamente enganado.
- Noticiou também a ele o casamento de Carlos Maria com Maria Benedita.
- Rubião foi tomado por uma felicidade tremenda e parabenizou a noiva com muito prazer.
- Os noivos casaram e foram para a Europa.
- Por esses tempos Palha havia findado os seus negócios com Rubião.
- Por esses tempos também Rubião havia ganhado fama na corte e era cercado por muitos amigos que praticamente viviam em sua casa como discípulos de sua filosofia. E iniciou-se a loucura de Rubião.
- O primeiro ato de loucura foi quando chamou um barbeiro para que lhe cortasse a barba como a de Napoleão III.
- Depois buscou por Sofia e se declarou a ela como Napoleão fez à sua amante.
- Com o tempo as crises de loucura aumentavam, e o dinheiro ia se findando. Palha e Sofia estreitaram suas relações com ele.
- Nas visitas que faziam sempre se assustavam com as crises que às vezes aconteciam.
- D. Fernanda dizia ver nos olhos dele a recuperação, se fosse tratado.
- Palha lhe comprou uma casa menor onde iniciou um tratamento, os “discípulos” só assim findaram suas visitas. A esse ponto voltou da Europa Maria Benetida que veio ter sua filha na corte.
- Rubião foi internado em uma clínica para ser tradado, já se tornara chacota na rua.
- Palha e Sofia contribuíam com tais atos, financeiramente Rubião havia perdido muito.
- O médico ao longo do tratamento disse que rápido o homem estaria curado, mas antes disso ele desapareceu.
- Palha havia lhe dado cem mil contos de réis para se ver livre do homem. Rubião e o cão Quincas Borba voltaram pra Minas, não houve cura.
- Lá reconheceu toda sua antiga vida, mas sem ter onde ficar dormiu na porta da igreja debaixo de uma tempestade.
- Ao amanhecer uma comadre o reconheceu e o acolheu. No entanto ele teve nova crise e toda a cidade veio testemunhar a loucura do homem.
- Louco e vítima de uma febre, faleceu. Quincas Borba morreu três dias depois.
Personagens:
- Quincas Borba: filosofo, amigo de Brás Cubas e Rubião, inventor de uma filosofia: Humanitismo.
- Quincas Borba: cão, bonito, médio, com o pêlo cor de chumbo, malhado de preto. Seu dono o dera o mesmo nome, reprodução de seu dono.
- Rubião: ingênuo, ex-professor, ficou rico por ser herdeiro universal de seu amigo, Quincas Borba, é explorado financeiramente por seus “amigos”.
- Sofia: típica mulher machadiana: linda, manipuladora, que gosta de ser admirada e possui “olhos de convite”. Troca olhares com Rubião e o faz acreditar que tem chances com ela.
- Cristiano Palha: marido de Sofia, gosta de exibi-la aos outros e é com controla os gastos de Rubião.
- Major Siqueira: juntamente com a filha, planejam a ascensão social, o que não conseguem.
- D. Tonica: quarentona solteira que se apaixona por Rubião ate perceber as trocas de olhares entre ele e Sofia.
- D. Fernanda: mulher muito conceituada, da alta sociedade, parente de Carlos Maria.
- Carlos Maria: jovem da alta sociedade, que desperta o interesse de Sofia e casa-se com Maria Benedita
- Maria Benedita: prima de Sofia, vinda do interior, sente ciúmes da prima com Carlos Maria
- Camacho: jornalista inescrupuloso, sócio de Rubião no jornal Ataiala.
Contexto histórico da obra
Publicada entre 15/06/1886 a 15/09/1891 na revista Estação, é
a continuação da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, marco inicial do
Realismo no Brasil.
Foco narrativo
Narrador onisciente, que conta a historia em terceira pessoa, onde
Machado de Assis intervém e foi
um antecipador da chamada estética de receptação ao incluir em suas narrativas,
o diálogo entre o narrador e o leitor. Este é, também, personagem, um leitor
virtual, explicitado ou não na narrativa.
Tempo e Espaço
A história inicia-se em 1867, em Barbacena, MG, estendendo-se para o Rio
de Janeiro, a partir de 1870. O desfecho dramático de Rubião é, também, em
Barbacena, alguns anos depois.
Importância do livro
Quincas
Borba não
é o romance mais conhecido de Machado de Assis – posto disputado por Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro –, mas tem a mesma relevância.
Diferentemente do que acontece nessas obras, o narrador, aqui, se apresenta sob
o foco da terceira pessoa, mas nem por isso deixa de haver o mesmo
questionamento da verdade que caracterizava o autor.
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