18/10/2015

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis ( 1881 )


Enredo

O livro é escrito por um defunto-autor que é irônico, compara seu livro com o Pentateuco, diz que apenas onze pessoas foram ao seu velório por não ter sido divulgado. Em seguida, conta sobre a brilhante ideia que teve e esta acabaria com o problema da melancolia da sociedade: o emplasto e também fala de um delírio, um pesadelo que teve com a Natureza ou Pandora.
Nasceu no ano de 1805, seu batizado foi na igreja de São Domingos, fala que possui um amigo chamado Quincas Borba que conheceu na escola e de um moleque que ele maltratava, era seu escravo Prudêncio.
Aos dezessete anos apaixona-se por uma prostituta de luxo chamada Marcela, por quem gasta todo o dinheiro da família comprando joias para agradá-la, tanto que diz que o amor valeu quinze meses e onze contos de réis, seu pai lhe manda estudar política em Coimbra pelo fato de estar gastando sem limites.
Ele volta de Coimbra e vê a sua mãe morrer de um câncer no estômago. Então se isola e seu pai insiste com que ele se case e participe da sua vida política. Ele planeja casar com Virgília, já que seu pai tem influências políticas. Então conhece Eugênia, uma moça coxa com quem tem um caso pequeno.
Brás Cubas perde a mão de Virgília para um político chamado Lobo Neves, eis que este se casa com Virgília. Ele começa a ter um caso com ela numa casa alugada em Gamboa. Mas passado um tempo, o esposo recebe uma carta anônima contando sobre o caso deles, eis que os dois amantes terminam friamente.
A irmã de Brás Cubas se chama Sabrina e reaparece depois de muito tempo e fala que ele deve casar-se. Então apresenta a Nha-lolo, mas eles não se casam porque a moça morre aos dezenove anos.
Ele encontra Marcela  numa loja onde vende joias que herdou de um marido rico que havia morrido. Ela estava velha e ele percebe que ainda continuava interesseira.
Encontra Eugênia em um cortiço e não acredita no fim triste e pobre que a moça teve e ele vê Marcela morrer.
Reencontra seu amigo Quincas Borba, que é um filósofo do Humanitismo. Quincas fica louco e resolve queimar  todos os escritos que tinha feito a respeito da sua filosofia .
O último capítulo trata apenas de Negativas. Brás Cubas fala que não foi político, não se casou, não conseguiu fazer o emplasto, não conseguiu nada. Enfim, ele diz que pelo menos uma coisa boa ele fez, que foi não ter passado a miséria da sua espécie.

Personagens

Brás Cubas: o defunto-autor que é o narrador-protagonista, um homem petulante, egocêntrico, irônico que usa de tamanho ego para esconder o fracasso de sua vida.
Marcela: o primeiro amor jovem de Brás com dezessete anos. Uma prostituta de luxo, uma mulher bonita, vaidosa e muito interesseira.
Virgília: mulher com quem Brás ia se casar, mas acaba perdendo para o Lobo Neves, mas depois de um tempo ele vira amante desta. Ela é mulher fria, pensa só em si mesmo e esconde o adultério que comete com ele na casinha alugada de Gamboa.
Lobo Neves: um político que só pensa no poder. Ele é esposo de Virgília que “aceita” o adultério da esposa.
D. Plácida: mulher que serve de cúmplice para o caso dos dois amantes. Sempre é muito solitária e triste.
Eugênia: moça que é coxa, bonita e triste, ela tem um pequeno caso com Brás, mas ele a abandona.
Quincas Borba: amigo de Brás Cubas desde a infância, é um filósofo humanitista.
Prudêncio: escravo de Brás Cubas quando ele era pequeno, Brás o maltratava, lhe batia e o fazia de cavalinho.
Nha-lolo: presente de Cotrim, ela ia casar com Brás, mas isso não acontece porque a moça morre aos dezenove anos.
Demasceno: pai de Nha-lolo.
Sabrina: irmã de Brás Cubas.
Cotrim: esposo de Sabrina, cunhado de Brás, é um amigo na política.

Temas

Ironia : é um dos temas principais pois Machado de Assis é muito irônico ao fazer um personagem em que este faz a comparação com a obra Pentateuco. O autor critica a sociedade burguesa, falando de seus valores interesseiros.
Humanitismo.
O adultério cometido no livro, a sociedade de classe alta tinha apenas status e escondia as verdades.
A escravidão é tratada de uma forma em que ao longo do livro Brás encontra seu escravo  Prudêncio e o vê batendo em outro escravo, ele pede para parar, o ex- escravo o ouve, mas isso acontecia porque o escravo tinha tido aquilo na sua vida e só estava reproduzindo o que havia passado.

Contexto Histórico

O romance acontece na segunda metade do século XIX, no governo de D.Pedro II.
Na sua infância acontece a Queda de Napoleão Bonaparte.
A sua juventude coincide com a Independência do Brasil em 1822.

Verossimilhança

A verossimilhança que existe no livro Memórias Póstuma de Brás Cubas é com a escravidão, porque era um momento que o Brasil estava passando, onde era comum as famílias burguesas terem escravos em casa, o que mesmo acontecia com Brás que ele tinha o escravo Prudêncio.

Foco Narrativo

O autor é um narrador de primeira pessoa, um narrador-personagem que se encontra na forma onipresente. Ele mostra a sociedade carioca no século XIX.

Tempo

Neste livro há dois tempos: o psicológico em que o autor além-túmulo faz digressões e o tempo cronológico que é contado a partir do décimo capítulo, seguindo uma forma linear( nascimento, viagem, volta de Coimbra, morte).

Espaço da narrativa

O espaço da narrativa se passa na maior parte no Rio de Janeiro no século XIX e também tem uma parte na Europa, na faculdade de Coimbra.

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